terça-feira, 30 de outubro de 2007

Desiderata

Autor Desconhecido
Achado na igreja de Saint Paul, em Baltimore, 1692
Vá calmamente, entre o barulho e a pressa, e lembre-se da paz que somente existe no silêncio.

Na medida do possível, e sem se atraiçoar, tenha boas relações com todas as pessoas.

Diga a sua verdade quieta e claramente. Ouça os outros, mesmo os obtusos e ignorantes. Eles também têm uma estória a contar.

Evite as pessoas ruidosas e agressivas. Elas são tormentos para o espírito.

Se você se comparar aos outros, você se tornará ora vaidoso, ora amargo, pois há sempre pessoas que lhe são inferiores ou superiores.

Goze tanto as suas realizações quanto os seus sonhos. Mantenha-se interessado naquilo que você faz, por humilde que seja. Aquilo que você faz é algo que você realmente possui, num tempo em que tudo muda sem parar.

Pratique a prudência nos seus assuntos comerciais, pois o mundo está cheio de trapaças. Mas não deixe que isto o faça cego para as virtudes que existem. Muitas pessoas se esforçam por ideais altos. Por toda parte a vida está cheia de heroísmo.

Seja você mesmo. Não finja afeição. E nem seja cínico acerca do amor. A despeito da aridez e do desencanto, ele renasce tão teimosamente quanto a tiririca.

Aceite com elegância o conselho dos anos, deixando graciosamente para trás os prazeres da juventude. Crie força de espírito para proteger-se na desgraça repentina. Não se aflija, porém, com coisas imaginadas. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.

Tenha uma disciplina saudável, mas seja gentil para consigo mesmo. Você é um filho do universo, tanto quanto as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui. E, quer você saiba disto ou não, o fato é que o universo caminha como deve. Por isto, esteja em paz com Deus, não importa como você pensa que ele é.

A despeito da barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com a sua alma.

Com todos os seus enganos, labutas e sonhos não realizados, este continua a ser um belo mundo. Cuide-se. Esforce-se por ser feliz...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A Chave e a senha

Enquanto fico aqui à beira de um poema
passa um mar à minha volta
ouço Baco e letras me provocando
vou colocar no poema tudo o que sinto
deixar as palavras de lado
elas sobem e descem
enjoam meu estômago
de novo na areia o silêncio dói
barcos pássaros redes faróis
garganta sal e sol
guardo dentro dos sonhos meu brinde
jogo para o mar meu corpo
diga ele o que quiser
guardarei o poema
a chave a senha e eu mesma
dentro da garrafa que envio ao horizonte.

regina vilarinhos

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Um Colombo sul-americano

"Há trinta anos. Trinta. Me senti um Colombo sul-americano chegando a um país fascinante, meus olhos se enchiam da exuberância das paisagens, das frutas, do tamanho, da diversidade e do contraste enormes. Argentino do interior, da terra da carne, do vinho e da neve de junho ao pé dos Andes, eu via deslumbrado os caminhos que me traziam a Volta Redonda, a de julho de 77. Passeando pela calçada da rua Trinta e Três fui até a rua sessenta com meu guia, hoje perdido de mim nos caminhos da vida...
Contornamos pela igreja de Santa Cecília, o morro do Rosário, a calçada do Macedo (em que, no ano seguinte, eu trabalharia no meu primeiro emprego em terras do Brasil). E, na virada da esquina, ali, estava ele: esse monumento estranho para mim, fruto da fartura de um tempo há muito ido. Parte de um expoente que deixou saudades, de um tempo em que tudo girava em torno da mãe de fumaça e fogo que a todos seduzia, em todos embalava o sonho do emprego para sempre.
Quando perguntei o que era esse complexo, o amigo me disse, não sem uma pitada de despeito (ele não era daqui: "-Recreio do Trabalhador-".
Na época, o vi como uma figura inalcançável, como era uma instituição estatal para um estrangeiro. O trabalhador encontrava ali o lado social de suas relações, torneios de todos os esportes, festas, shows... tudo! Tudo tinha lá, campeonatos internos de futebol que provocavam febre nas pessoas, em seu sagrado direito de torcer. A família metalúrgica para lá convergia, às vezes iam somente para se verem. Quantos casais se conheceram lá e hoje têm netos? Guardo lembranças do que eu conheci sem ter participado, saudades de um tempo que não vivenciei, da minha história que correu sempre paralela à do Recreio, como dois trilhos que se juntam, quem sabe, no horizonte?
Como é diferente hoje! Me parece mudo, sem barulho de vida, em suas formas calado e abúlico na distância entre seu tempo e as gentes de hoje. Se, ao menos, você tivesse se tornado apenas velho, Recreio, eu aceitaria como aceito meus anos, mas como eu te remembro... prefiro teu passado, prefiro te ver como você foi e não como você poderia ter sido e não é mais.
Recreio do Trabalhador. Você é um canto de vozes que o tempo engole e, aos poucos, se torna vento..."

José Antonio Toral

Este texto eu recebi como comentário e meu amigo autorizou colocá-lo na página principal do site. Emocionante! Preciosa lembrança, que eu não imaginava causar a um "estrageniro". Obrigada Toral pelo carinho, obrigada aos amigos pelos comentários e pela leitura.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Recreio do Trabalhador

Mais um quadro do Ronaldo Gori, o Recreio do Trabalhador é passagem obrigatória nas lembranças de minha infância e adolescência (e de muitos). A piscina com toda a família, o parquinho escondido lá no fundo, e os jogos de basquete e volei na quadra. As arquibancadas cheias, o Paulo Camargo e o Rafael comandando as meninas. o Abiatti no comando dos meninos... Festivais de Música, shows e a Festa do Hino Nacional, com o Maestro Franklin e tio Mattos.

O Paulão mandando parar o jogo para achar a lente de contato caída na quadra. As bolas de 3 pontos entrando de chuá no último segundo...
Muito bom para começar a segunda-feira...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

OBA! A chuva veio!!!



Deixa ela cair, e reacender o ciclo de vida...!! Bom final de semana!

Histórias do povoado de Santa Cecília




Estes quadros são de Ronaldo Gori, está terminando o seu livro sobre Volta Redonda. O trabalho que ele está fazendo é fantástico: ele pinta os pontos da cidade, antes (no passado) e depois (hoje). Uma pequena amostra...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

É preciso Ler, sim!!! Sempre!

Um livro tem que ser um machado para o mar congelado dentro de nós. A literatura só é digna desse nome quando descongela o sangue de quem lê."
(FRANZ KAFKA)


Já pensou quantas pessoas que precisam quebrar o gelo???? Eu sempre li muito, com a faculdade então, são muitos mais livros para ler. E a leitura me abre idéias, me inspira, me põe em contato com histórias que poderiam ser de qualquer um de nós. Ler não é pra adquirir "status" no sentido pejorativo. Ler traz evolução, aprendizado, renovação, aperfeiçoamento de dons, talentos e técnicas em qualquer área, humanas, exatas e biológicas. O profissional longe da leitura não se atualiza, não interage, não consegue nem mesmo se colocar diante de uma palestra para alunos ou outros profissionais.

Ler é para adquirir formação, desenvolver nossa habilidade de crítica e escolhas, tudo o que pudermos: jornais, revistas, revistas técnicas, livros literários e não literários. Para distinguirmos o bem e o mal, o bom e o ruim, a vida e a morte, além da vida e suas experiências, a leitura nos ajuda a entender tudo isso, desde crianças até mesmo adultos, pois nunca é hora de parar de aprender. Quando eu parar de ler e aprender, pode saber que morri.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Que continue a chuva


e mantenha o ciclo da vida...
para nós, para a terra, para o dia e para a noite. Bom para quem precisa se renovar... chuva não é lamento, é renovação, é carinho...
Lamento é do ser humano, não da natureza!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Antologia Vozes de Aço

Ontem à noite, fui ao lançamento da Antologia, organizada pelo Jean Carlo, a convite da minha querida Maria José, uma das homenageadas. Fiquei muito feliz de reencontrar as meninas Maria José, Dora de Araújo e Eny Braga. E outros tantos que reverencio há tempos, como Pedro Viana e Sr. José Fleming, do Grêmio de Barra Mansa. Vejam o poema do Jean e o serviço para a compra da Antologia.


Vozes de Aço II

(Jean Carlos Gomes)

Vozes resgatadas,
Cada qual percorrendo
O seu itinerário
Nas veredas do acaso,
Ásperas, amenas,
De mundos diferentes...

Despertam as atenções,
Provocam melancolias,
Compõem novas canções
A cada estação...

Vozes fortes, febris,
Infelizmente algumas já se calaram,
Calam...

Mas felizmente ainda existem
Outras que foram convidadas
A saírem do anonimato que as cercava,
Para, juntas, conseguirem entoar cânticos
Louváveis ao som da lira do vate incansável,
Apesar dos inúmeros obstáculos existentes
Nesse mundo de tantas desigualdades...

Vozes tímidas, românticas, sociais...
Continuem proclamando sempre
Presságios virtuosos e edificantes
Para tantas outras vozes...
Fazendo com que elas possam ser também
Autênticas Vozes de Aço!

Serviço

• Vozes do Aço - II Antologia Poética de Diversos Autores - Poemas de Airton Lécio do Prado Castro, Angela Alves Crispim, Antônio Oliveira Pena, Edilson de Freitas Pereira, Jean Carlos Gomes, José Fleming, Luciano Baptista Domingos, Natália Terezinha de Almeida Faria, Orsina Prado de Castro (“in memoriam”) e Tarcizio Teixeira. Coquetel de lançamento: dia 10 de outubro, às 20 horas, na Câmara Municipal de Volta Redonda (Avenida Lucas Evangelista, 511, Aterrado). Valor do convite: R$ 20,00, com direito a um acompanhante, um livro e sorteio de brindes. Dedicado às escritoras Dora de Araújo e Maria José Maldonado. Organização e realização: Editora PoeArt. Contato: (24) 9993-0615. Ou:
jean_carllo@yahoo.com.br

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Em exposição...





foto: Cesar Lugão, diretor do SESC, e Regina Vilarinhos na Exposição POESIA EM VOLTA, no SESC/BM.


No SESC/BM, até dia 30 de outubro, exposição de Poesia em Volta, com poemas meus. De terça à domingo.
Visitem!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A Volta de...

Começando as novidades no blog, que além de poesia e crônicas, tem texto de amigos e fala de amigos e amigas, hoje a gente tem uma pitada de conversa com a Celeste Silveira, nossa amiga, que monta projeto, divulga, cria e é esposa do Carlos Henrique, o Baiano. Vejam o que ela diz de Volta Redonda:

A Volta de... Celeste Vieira

Quem é de Volta:
(um personagem que marca a cidade)
- A arte, o artista. Nada mais representativo para uma cidade do que o retrato verdadeiro do artista, nas várias formas de expressão.



foto capa do CD Vale dos Tambores - Carlos Henrique Machado

Na Volta tem:
(coisas que só aqui você encontra)
- Uma cultura de mais de meio século de pensamento industrial. Isso é um trunfo para uma cidade.



foto - PortalVR

Amigos em Volta:
(dê o nome, um ou mais)
- São muitos e queridos amigos, não tem como citar um ou outro.

Volta tem programa?
(teatro, cinema, show, qualquer lugar)

- Tem muitos, muita gente fazendo teatro, artes plásticas, poesia, música, muita música. Mas quero destacar as rodas de samba que acontecem nos bairros periféricos. Ali acontece um manancial de arte genuína.

Comendo em Volta:(bar, restaurantes,etc)
- Qualquer PF bem temperado resolve a minha fome.



Recordações de Volta:
(noitadas, dias, festas, bairros)
- Minha chegada a esta terra, em 1979.

Volta e conta:
(Histórias, poesia, melodias, revelações e outros)
- O que se percebe em Volta Redonda é que é rodeada por várias formas de histórias, mas há uma especial que precisa ser devidamente contada e documentada, é a do dia 09-11-88.


foto- Greve dos metalúrgicos 1988.

Olhando em Volta:
(lugares e paisagens)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

COLHEITA


Há tempos de começar: nós vemos o horizonte e desejamos chegar até ele.
Há tempos de descobrir: nós vemos o horizonte e ele vai mais além.
Há tempos de esperar: a tempestade no horizonte caminha até nós.
Há tempos de retomada: lá no horizonte o sol nasce novamente.
Há tempos de pedir: para irmos ao horizonte precisamos que nos levem pela mão.
Há tempos de aprender: o horizonte nos manda mensagens pelo arco-íris.
Há tempos de plantar: nós jogamos as sementes e elas crescem em direção ao horizonte.
Há tempos de dor: algumas delas são levadas ao horizonte antes do que queríamos.
Há tempos de sonho: só acreditamos no que existe lá no horizonte.
Há tempos de mudar: nos viramos e o que era para trás, agora é o horizonte.
Há tempos de reflexão: nossa visão do horizonte hoje é melhor que ontem.
Há tempos de relembrar: nós vemos o horizonte e ele refresca a nossa memória.
Há tempos de brilhar: o horizonte nos acena dos olhos de alguém.
Há tempos de colheita: as sementes lançadas nos dão novos horizontes.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Crônica de uma mãepai




Certa ocasião, me pediram para fazer um poema sobre meu sentimento de mãe, e eu consegui escrever uma crônica. Muitas vezes, me perguntam porque não fiz um poema para Ludmila, minha filhota, e eu sempre respondi que já fiz um livro para ela, “Poemas acesos para noites apagadas”, em setembro de 2000.
Acontecem muitas coisas na rotina de uma mãepai e não sei como descrevê-las uma a uma. Sei que tive uma identidade durante muitos anos como a filha do Vilarinhos e da Inês. Quando fiquei adulta, experimentei um pouco da identidade de Regina Vilarinhos, a técnica de informática, cheguei a ser Maria Regina em muitas vezes. Mas, a partir de 1993, passei a ser a mãe da Lud. Desde o posto de saúde, passando pela creche, pelas amiguinhas do prédio, até chegar na pré-escola. No portão era sempre assim:
- Quem você é mesmo? – a tia perguntava na hora de pegá-la.
- Regina – minha resposta simples.
- Quem?!
- A mãe da Ludmila.
- Ah, tá bom. Vou buscá-la.

Daí por diante, todos os meus sentimentos de mulher, profissional, amiga, filha, tia, passavam por um único filtro. Era uma releitura de mim mesma.
Entre tantos momentos alegres juntas, um marcou o começo de tudo. Lud nasceu de cesariana, numa quinta-feira, no Hospital da CSN/Volta Redonda, e ficamos até o domingo internadas. Tudo corria tranqüilamente, ela mamava no peito e eu estava passando bem. Na noite de sábado, depois das 18 horas, eu havia tomado meu banho e caminhava pela enfermaria. Lá dentro do quarto, outras mães estavam amamentando seus bebês e escutávamos um choro forte, vindo do berçário. Mas era um choro muito forte, a plenos pulmões, e as outras mães me disseram que era a Ludmila.
Fui até lá para me certificar do que acontecia, cheguei no vidro e vi a enfermeira tentando acalmá-la no colo. Bati levemente, ela abriu a porta e perguntei admirada: “É a Lud que está chorando assim?!” Quando fiz esta pergunta, ela se calou e virou os olhos procurando minha voz. A enfermeira sorriu e disse: “Nunca vi! Tão novinha e já fazendo manha para a mãe!”
Pois assim que a peguei em meus braços, deu um suspiro fundo e me olhou com seus olhinhos penetrantes. Não preciso nem dizer que os meus se encheram de lágrimas, tamanha a felicidade de perceber que todas as teorias são verdadeiras. Os nossos filhos nos conhecem de todas as formas, com todos os sentidos.
E assim tem sido até hoje. Ludmila me conhece como ninguém e eu a ela. Nossa cumplicidade é o melhor tesouro que temos. O fato de ser pai e mãe me proporcionou uma felicidade exclusiva. Ela me chamava de mamãezinha, quando pequenininha e me chama assim ainda hoje.
O significado de seu nome já diz tudo que eu sempre quis para ela: amada por todos.



publicada no Diário do Vale em 2004 - dia das mães

visite o blog www.descoloriar.blogspot.com

Eternos Amantes

Quero ter teus olhos aos meus,
e, sem vendas,
mergulhar dentro de ti.

Quero ter tua boca à minha
e, sem cansar,
sufocar-te de beijos.

Quero ter tua pele ao meu tato
e, sem medidas,
cobrir-te de carícias.

Quero ter teu corpo ao meu
e, sem censuras,
fazer o nosso amor.

Quero ter tua mente à minha
e, sem limites,
conhecer-te os pensamentos.

Quero ter teus sonhos aos meus
e, sem perturbá-los,
despertar-te ao amanhecer.
Quero ser o teu querer
e, sem temor,
eternizar-me dentro de ti.

regina vilarinhos - 1987

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Chuva de amigos no blog!!!


Que bom que a chuva veio. Precisa de mais um pouco, pro Rio Paraíba ficar mais cheiinho.
Chuva de amigos no blog: veio o Edson Marques, comentando aí no último post e no overmundo. Veio a Jussara, a Rita Costa... e veio a Ione, depois de tantos e tantos anos, morando ali do lado. Vou pedir mais... quem sabe vem mais gente que anda sumida e outros que preciso conhecer.

Músicas pra semana: todas do U2,em homenagem à Ione e Ludmila!
Tem novidades no blog amanhã!