segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Memórias

As meias brancas, que escondiam pernas, revelam a menina de sorriso escondido, de amor sentido, feito de blusa branca e azul. Quem dormia ontem poetisa e falante ao microfone, acordou, agorinha a pouco, com a timidez de volta na garganta e no peito. Não é mais medo de se abrir e saber-se capaz de ir além das notas dez e tal. É mais que a intelectual, é mais que do que a puxa-saco. Memória de colégio é como a terapia, trazendo à tona os calados segredos, divididos com poucas outras meninas como ela.
Felicidade é um dia de cada vez, gente. Não pode vir tudo de sopetão, depois que se tem mais de 45. Tem que conversar com o geriatra primeiro, tem que ter uma engenharia, contornar com o sorriso preparado pelo dentista, segurar na mão da fisioterapeuta pra não desequilibrar....
Quem é esse que varreu a poeira de meus miolos e me faz espirrar saudades num teclado? Tempo? Ele não manda em mim.
Já disse uma vez e repito: ser feliz é ler o coração, antes que a vida vá embora! Que venham mais fotos. Vou sobreviver!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

CANTO PARA ROSA

A mãe abriu sua morada 
para a menina ficar.
Um berço de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Nas conchas ouve a cantiga
Nas ondas é seu ninar.
Um cheiro de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Os peixes são os amigos
que vão com a menina brincar.
Uma roda de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Rei Netuno deu um presente
para a menina passear.
Carruagem de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Da areia partem os barcos
que vão a menina visitar.
Uma rede de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Ibeijada fez uma festa
lá no fundo do mar.
Um bolo de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!