sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Publicação sem autorização

Existe um partido político que faz umas agendas coloridas e vende todo final de ano. Pois bem, a agenda de 2012 foi feita e publicaram um poema meu sem minha autorização. O poema foi publicado aqui http://poesiaemvolta.blogspot.com/2008/11/porto-poema.html.

A agenda pode ser vista aqui http://www.issuu.com/vicalvpon/docs/grajfjasjfsdjab no dia 16 de julho está lá meu poema.

Não sei até onde está errado e até onde vai meu direito. Mas estou procurando saber.
Regina Vilarinhos

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Poesia - Hoje e Sempre


Sobre leitura e poesia
Como falar de poesia e arte em meio a balas perdidas e achadas, chuvas, desabamentos, terrorismo e crianças assassinadas?

Como falar da leitura, de educação, quando no nordeste de nosso país livros novos, lacrados, são mandados à reciclagem, muito antes de terem sido tocados? Lembra-nos da queima de livros em Alexandria, ou na Alemanha nazista. Fico imaginando as crianças daquelas escolas, que não se aproximaram daqueles e de outros livros. A reciclagem dos livros aconteceu antes da reciclagem que eles proporcionariam aos alunos, professores e aos diretores. Doeu no peito!

Minha paixão pela leitura surgiu ainda criança, com os livros didáticos. Foi através dos textos empregados para o ensino de português que descobri quem era Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cora Coralina, Machado, Alencar, e tantos outros. Hoje em dia, guardo livros didáticos de várias séries, que me são entregues para doação, para ainda ler estes mesmos autores e os contemporâneos, como Fabrício Carpinejar e Ana Maria Machado. E fico a viajar com tantas aventuras, desventuras, romances, e, claro, com as poesias.  E em seguida compartilho meu prazer de ler.

Todos as manifestações artísticas possuem valor. E realizam uma ligação química no cérebro que daí tira as sensações, absorve-as e leva diretamente ao coração de cada um de nós. O tocar, o sentir, o ouvir, o olhar fazem parte da arte, para que ela possa realmente SER. Escondida, trancada, julgada, queimada, impedida de estabelecer essa ligação com a percepção humana, deixa de existir a arte. A arte é responsável por catalisar anseios de nossa sociedade. A arte poética nos oferece a negativa da dor, nos dá o bálsamo para a alma. A poesia emite um grito coletivo. Quem a ouve se delicia como um vinho na taça.  Quem a declama, faz oração, conecta com o belo e proclama sua arte.

Para que a poesia seja elemento presente, o poeta tem que se fazer presente ao seu tempo. Somos responsáveis (se poeta me chamam) e precisamos escrever, declamar, gravar e expor nossos poemas, em todos os espaços que nos forem oferecidos. Se não nos oferecem o espaço, nós o abrimos seja através de blogs, sites colaborativos, panfletos poéticos, livros cooperativados, produção independente e tantas outras maneiras que temos de divulgar-nos. Sem buscar culpas e saudosismos em épocas passadas, temos um novo conceito de informação hoje que nos favorece a procura e a oferta de todo tipo de arte. Dessa forma, colocamos o leitor e o editor integrados do que fazemos. Construímos nosso caminho e vamos alimentado-o, uma hora ele poderá nos levar além do que imaginávamos. E não serão as críticas despreparadas que derrubarão o trabalho de quem quer que seja.

A escolha é um direito, a permanência da arte é uma consequência das escolhas, não de quem se julga dono da arte.

Regina Vilarinhos

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Remédios

Oxigênio, chá, maracujina, fluoxetina, ioga, banho de mar, sal grosso, café forte, cachaça, gritar bem alto no vazio, mergulhar na piscina, dormir 12 horas ininterruptas, fumar, sorrir, gargalhar, conversar, tomar um passe, pedir a bênção, fugir, chorar, chorar, voltar, beijar, andar de bicicleta, chuva, tarja preta, exorcismo, andar na areia, fazer amor, ver o sol se por, ver a lua nascer... Preciso.

domingo, 8 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Simples sempre fomos

Somos simples, somos feitos de matéria muito complexa, mas somos simples.

Basta estarmos juntos num familiar almoço, com mesa posta de toalha desbotada, panelinhas de barro com feijão fresco no alho, arroz branquinho, carne de panela com batatas. Basta juntos tomarmos banho de chuva no quintal no final da tarde. Somos simples demais. Sempre foi assim.

Passamos a vida nos procurando em tudo. E estávamos ali, na nossa frente. 

Descobertas feitas de sorrisos infantis nas faces dos filhos e dos pais idosos, ou na alegria do abraço de reencontro com amigos de infância.  Ou no “oi” que recebemos de quem começa a se chegar agora, pra junto e para sempre.

Somos metidos demais em querer saber de tudo. Quase esqueço o quanto ainda voltarei aqui para aprender, durante dias e noites, ao som de músicas lindas de Minas e de sambas. 

Tem um trem de simplicidade parado ao meu lado, uma mala cheia de surpresas de mim mesma, pronta a ser aberta.

Buscamos a chave para quê, se ela esteve sempre pendurada em nosso pescoço? Num cordãozinho que a mãe nos deu na adolescência e pediu que guardássemos junto do peito. Era ela, a chave.

Somos simples demais. Sempre foi assim.
regina vilarinhos