Começamos bem. O Anderson (Ganso) já mandou ver nas ideias e deixou a sua contribuição:
Anderson Couto (andersoncout@gmail.com) "Apesar disso, as idéias não fluíam. Bastava uma finalização, uma sacada inteligente para fechar com chave de ouro a crônica... mas Dora não me saía da cabeça. Pensei em mil alternativas para tentar descobrir onde ela estava. Nenhuma delas me pareceu eficaz. Me perturbava a impressão de que seu sumiço foi deliberado. Que Dora não levou o celular propositalmente. Ela não queria ser encontrada. E uma constatação pior ainda: ela não confiava em mim."
Vamos lá. Deixe sua contribuição, vamos fazer juntos esse conto.
Havia um silêncio incomodando muito no canto da sala naquela tarde. A cadeira em frente à janela, onde se avistava uma parte do jardim e a pequena calçada, emendada na rua, estava vazia.
Dora esqueceu o livro aberto, e o vento levantando suas folhas me chamou a atenção. Cadeira vazia, janela batendo. Corri para fechá-la com tanta vontade, como se protegesse alguém da friagem.
O relógio na parede, ao lado dos retratos, marcava mais de 3 horas, e seu tique-taque ecoava pelo ambiente. Meus papéis sobre a mesa também se espalharam com o vento e, enquanto tentava juntá-los, mais uma vez a lembrança de Dora me perturbou.
Quantas vezes pedi para que levasse o celular, um cartão de telefone, qualquer um dos dois, para que pudéssemos fazer contato quando saísse sozinha. Certo que não era uma criança. Mas criada no interior, sem vivência nenhuma de cidade, vivia se metendo em enrascadas. Esta última, porém, era mais que uma enrascada. Quase cinco horas fora de casa, tinha ido apenas tomar um sorvete no shopping. Não levou o celular. E não me ligava para dizer onde estava.
Voltei a escrever, a crônica estava adiantada e faltava só mais um ponto final.
Anderson Couto (andersoncout@gmail.com) "Apesar disso, as idéias não fluíam. Bastava uma finalização, uma sacada inteligente para fechar com chave de ouro a crônica... mas Dora não me saía da cabeça. Pensei em mil alternativas para tentar descobrir onde ela estava. Nenhuma delas me pareceu eficaz. Me perturbava a impressão de que seu sumiço foi deliberado. Que Dora não levou o celular propositalmente. Ela não queria ser encontrada. E uma constatação pior ainda: ela não confiava em mim."
Vamos lá. Deixe sua contribuição, vamos fazer juntos esse conto.