sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Vou deixar

Vou deixar
Os seus silêncios e seus gritos com você mesmo
deixar a rotina dos incêndios
o murmurar sem nexo
e o embaraço de suas trilhas
levarem os que não têm mais nada.
Abandonarei o dia e a noite que são como a vida nórdica ao seu lado.
Ou fogo ou inferno ou manto não estão mais em sua busca.
Como a mó batendo incansavelmente
serão os dias. Mas a água corrente não existe mais.
Uma tenda no deserto.
Uma poesia de cego e surdo de volta ao normal.
É volta no tempo.

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