Escrevi o texto anterior por conta de observar as críticas que leio sobre poesias e textos literários em blogs de muitos conhecidos de nossa região. E também porque recentemente recebi um email onde se dizia "poetisa? você?!" e também coisas como "medíocre e louca". Portanto, não me cabe uma revolta, mas uma dica: a leitura de meu blog e meus poemas não é obrigatória para ninguém. Respondi ao email dizendo-lhe que escolhesse ler outros blgos e outros poemas, sem a necessidade de passar pelo meu blog.
Já fizeram isso antes, e farão de novo. Se não a mesma, outros se acharão no direito de fazê-lo. E eu tenho o direito de continuar escrevendo, porque é o que acredito.
Os meus 3 leitores (como diz a Giovana) merecem!
Beijos
Regina
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
A crítica despreparada favorece o debate
Sobre leitura e poesia
Como falar de poesia e arte em meio a balas perdidas e achadas, chuvas, desabamentos, terrorismo e crianças assassinadas?
Como falar da leitura, de educação, quando no nordeste de nosso país livros novos, lacrados, são mandados à reciclagem, muito antes de terem sido tocados? Lembra-nos da queima de livros em Alexandria, ou na Alemanha nazista. Fico imaginando as crianças daquelas escolas, que não se aproximaram daqueles e de outros livros. A reciclagem dos livros aconteceu antes da reciclagem que eles proporcionariam aos alunos, professores e aos diretores. Doeu no peito!
Minha paixão pela leitura surgiu ainda criança, com os livros didáticos. Foi através dos textos empregados para o ensino de português que descobri quem era Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cora Coralina, Machado, Alencar, e tantos outros. Hoje em dia, guardo livros didáticos de várias séries, que me são entregues para doação, para ainda ler estes mesmos autores e os contemporâneos, como Fabrício Carpinejar e Ana Maria Machado. E fico a viajar com tantas aventuras, desventuras, romances, e, claro, com as poesias. E em seguida compartilho meu prazer de ler.
Todos as manifestações artísticas possuem valor. E realizam uma ligação química no cérebro que daí tira as sensações, absorve-as e leva diretamente ao coração de cada um de nós. O tocar, o sentir, o ouvir, o olhar fazem parte da arte, para que ela possa realmente SER. Escondida, trancada, julgada, queimada, impedida de estabelecer essa ligação com a percepção humana, deixa de existir a arte. A arte é responsável por catalisar anseios de nossa sociedade. A arte poética nos oferece a negativa da dor, nos dá o bálsamo para a alma. A poesia emite um grito coletivo. Quem a ouve, se delicia como um vinho na taça. Quem a declama, faz oração, conecta com o belo e proclama sua arte.
Para que a poesia seja elemento presente, o poeta tem que se fazer presente ao seu tempo. Somos responsáveis (se poeta me chamam) e precisamos escrever, declamar, gravar e expor nossos poemas, em todos os espaços que nos forem oferecidos. Se não nos oferecem o espaço, nós o abrimos seja através de blogs, sites colaborativos, panfletos poéticos, livros cooperativados, produção independente e tantas outras maneiras que temos de divulgar-nos. Sem buscar culpas e saudosismos em épocas passadas, temos um novo conceito de informação hoje que nos favorece a procura e a oferta de todo tipo de arte.
Dessa forma, colocamos o leitor e o editor integrados do que fazemos. Construímos nosso caminho e vamos alimentado-o, uma hora ele poderá nos levar além do que imaginávamos. E não serão as críticas despreparadas que derrubarão o trabalho de quem quer que seja.
A escolha é um direito, a permanência da arte é uma conseqüência das escolhas, não de quem se julga dono da arte.
Regina Vilarinhos
Convoco meus leitores ao debate. Aguardo os comentários.
Como falar de poesia e arte em meio a balas perdidas e achadas, chuvas, desabamentos, terrorismo e crianças assassinadas?
Como falar da leitura, de educação, quando no nordeste de nosso país livros novos, lacrados, são mandados à reciclagem, muito antes de terem sido tocados? Lembra-nos da queima de livros em Alexandria, ou na Alemanha nazista. Fico imaginando as crianças daquelas escolas, que não se aproximaram daqueles e de outros livros. A reciclagem dos livros aconteceu antes da reciclagem que eles proporcionariam aos alunos, professores e aos diretores. Doeu no peito!
Minha paixão pela leitura surgiu ainda criança, com os livros didáticos. Foi através dos textos empregados para o ensino de português que descobri quem era Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cora Coralina, Machado, Alencar, e tantos outros. Hoje em dia, guardo livros didáticos de várias séries, que me são entregues para doação, para ainda ler estes mesmos autores e os contemporâneos, como Fabrício Carpinejar e Ana Maria Machado. E fico a viajar com tantas aventuras, desventuras, romances, e, claro, com as poesias. E em seguida compartilho meu prazer de ler.
Todos as manifestações artísticas possuem valor. E realizam uma ligação química no cérebro que daí tira as sensações, absorve-as e leva diretamente ao coração de cada um de nós. O tocar, o sentir, o ouvir, o olhar fazem parte da arte, para que ela possa realmente SER. Escondida, trancada, julgada, queimada, impedida de estabelecer essa ligação com a percepção humana, deixa de existir a arte. A arte é responsável por catalisar anseios de nossa sociedade. A arte poética nos oferece a negativa da dor, nos dá o bálsamo para a alma. A poesia emite um grito coletivo. Quem a ouve, se delicia como um vinho na taça. Quem a declama, faz oração, conecta com o belo e proclama sua arte.
Para que a poesia seja elemento presente, o poeta tem que se fazer presente ao seu tempo. Somos responsáveis (se poeta me chamam) e precisamos escrever, declamar, gravar e expor nossos poemas, em todos os espaços que nos forem oferecidos. Se não nos oferecem o espaço, nós o abrimos seja através de blogs, sites colaborativos, panfletos poéticos, livros cooperativados, produção independente e tantas outras maneiras que temos de divulgar-nos. Sem buscar culpas e saudosismos em épocas passadas, temos um novo conceito de informação hoje que nos favorece a procura e a oferta de todo tipo de arte.
Dessa forma, colocamos o leitor e o editor integrados do que fazemos. Construímos nosso caminho e vamos alimentado-o, uma hora ele poderá nos levar além do que imaginávamos. E não serão as críticas despreparadas que derrubarão o trabalho de quem quer que seja.
A escolha é um direito, a permanência da arte é uma conseqüência das escolhas, não de quem se julga dono da arte.
Regina Vilarinhos
Convoco meus leitores ao debate. Aguardo os comentários.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Uso inteligente da vírgula
Gente, na boa. Usar vírgula é muito bom. Mas tem gente que acha que é a vírgula é pra ser usada em tudo. O texto fica tão pausado, tão chato...
Então vai aí a dica da ABI.
Campanha inteligente pelo uso correto da vírgula
Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Fonte: Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
Assista o vídeo de onde foi extraído este texto no site da ABI: www.abi.org.br
Fonte: ABI
Então vai aí a dica da ABI.
Campanha inteligente pelo uso correto da vírgula
Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Fonte: Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
Assista o vídeo de onde foi extraído este texto no site da ABI: www.abi.org.br
Fonte: ABI
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Exposição Feira da Primavera
Durante os dias 14,15 e 16 foi montado o Pavilhão Cultural, na Ilha São João, para a Feira da Primavera. Com o apoio da super Graça Dias, nós colaboramos com a montagem dos espaços para Machado de Assis e Guimarães Rosa, além da exposição dos meus poemas.
Essa exposição itinerante está disponível para escolas, instituições, centros culturais, teatros, museus, lojas, enfim, onde cabe a poesia, ou seja, em todos os lugares. Já foi ao Sider Shopping, ao SESC Barra Mansa, ao UNIFOA, à FERP VR, à Paraty ...
As fotos falam por si.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Porto poema
quando ele chegar trazendo em seus olhos
meu porto
baixarei as velas na manhã
e no claro dia de minha alma
colocarei meu corpo ao seu lado
sem amarras, sem âncora
pois que nele só poderei chegar
nunca partir.
regina vilarinhos
meu porto
baixarei as velas na manhã
e no claro dia de minha alma
colocarei meu corpo ao seu lado
sem amarras, sem âncora
pois que nele só poderei chegar
nunca partir.
regina vilarinhos
Poemas e poetas especiais
Nos achados para a monografia de fim de curso, encontrei alguns poemas, todos da década de 80, que é o período que estou registrando. Autores volta-redondenses, cada um com seu estilo próprio, que mostram a diversidade de nossos poetas.
Bernardo Maurício, Durval Cortez, Eliane Lacerda e Silvio da Fonte...
Em breve outros mais.
"Crepúsculo do Poema Utópico
Na surpresa do regresso nulo
Na busca de rostos amigos
No inútil consolo dos homens inconsolados
No choro dos covardes iludidos
Na ilusão enjaulada
Na contaminada procura do poeta
Nos deturpados sonhos da ciência
Nas máscaras das doutrinas
Na ignorância dos deuses forjados
No orgulho dos heróis de barro
Na decepção da criança
E na verdade poluída
Encontrei o tempo
E o infinito do teu corpo:
Nos teus olhos pratiquei meu olhar
Nos teus lábios encurtei meu sorriso
E curvei-me para o amor do minuto gasto."
Bernardo Maurício - no livro "É proibido enterrar os sonhos"
"Rio Paraíba do Sul – in Memoriam
No verde vale brotou
Esta cidade hedionda
Que o rio homenageou
Com sua volta redonda.
Com o chamariz do progresso
Muitos homens pagaram para ver
Vindo de longínquas terras
Para nesta terra morrer.
E com sua obra faraônica
Sucumbiu ao cansaço
Retribuindo para o rio
O vômito do aço.
Adeus traíra e lambari
Adeus dourado e piau
Paraíba só leva no leito
A borra do vil metal."
Durval Cortez - no livro "Persistindo no viver"
"Depoimento de um poeta
Sou acusada de sonhar...
De falar de amor,
De declarar minha solidão,
De insinuar paixões,
De estar sempre presente,
De recriminar!
De admitir e ser...
Sr. Promotor, ouça-me:
Se não amei-desamando,
Sei exatamente como amar-amando.
Se não tenho provas de que vivi,
Experimento, todos os dias,
O prazer de respirar;
Não vivi aventuras,
Mas faço, de todos os momentos,
Um eterno arriscar-arriscando-me...
Sou acusada todos os dias,
E mesmo assim ainda escrevo!
Não me torturem mais...
Nem me coajam...
Eu apenas quero falar do que
Sinto-sentindo!
A sentença foi dada,
Eu me condenei a permanecer
Infinitamente calada-calando-me!!!"
Eliane Lacerda - no livro "Além das Palavras"
"Prisão Perpétua
fruto da terra...
revoltado descendente de utópicas quimeras
e ingênuas realizações...
o que faço
nem sempre é lógico e coerente...
visto que costumo realçar e dar sincera ênfase
às minhas emoções!...
... me sinto
um rico continente...
explorado e a espera de um consciente
redescobridor...
príncipe
nunca encantado!...
afogado de pacíficas fantasias...
e desde os mais inocentes tempos de criança
apaixonado e preso... eternamente preso
nas irresistíveis armadilhas
do próprio amor!..."
Silvio da Fonte - do livro "Eu e o Poeta"
Bernardo Maurício, Durval Cortez, Eliane Lacerda e Silvio da Fonte...
Em breve outros mais.
"Crepúsculo do Poema Utópico
Na surpresa do regresso nulo
Na busca de rostos amigos
No inútil consolo dos homens inconsolados
No choro dos covardes iludidos
Na ilusão enjaulada
Na contaminada procura do poeta
Nos deturpados sonhos da ciência
Nas máscaras das doutrinas
Na ignorância dos deuses forjados
No orgulho dos heróis de barro
Na decepção da criança
E na verdade poluída
Encontrei o tempo
E o infinito do teu corpo:
Nos teus olhos pratiquei meu olhar
Nos teus lábios encurtei meu sorriso
E curvei-me para o amor do minuto gasto."
Bernardo Maurício - no livro "É proibido enterrar os sonhos"
"Rio Paraíba do Sul – in Memoriam
No verde vale brotou
Esta cidade hedionda
Que o rio homenageou
Com sua volta redonda.
Com o chamariz do progresso
Muitos homens pagaram para ver
Vindo de longínquas terras
Para nesta terra morrer.
E com sua obra faraônica
Sucumbiu ao cansaço
Retribuindo para o rio
O vômito do aço.
Adeus traíra e lambari
Adeus dourado e piau
Paraíba só leva no leito
A borra do vil metal."
Durval Cortez - no livro "Persistindo no viver"
"Depoimento de um poeta
Sou acusada de sonhar...
De falar de amor,
De declarar minha solidão,
De insinuar paixões,
De estar sempre presente,
De recriminar!
De admitir e ser...
Sr. Promotor, ouça-me:
Se não amei-desamando,
Sei exatamente como amar-amando.
Se não tenho provas de que vivi,
Experimento, todos os dias,
O prazer de respirar;
Não vivi aventuras,
Mas faço, de todos os momentos,
Um eterno arriscar-arriscando-me...
Sou acusada todos os dias,
E mesmo assim ainda escrevo!
Não me torturem mais...
Nem me coajam...
Eu apenas quero falar do que
Sinto-sentindo!
A sentença foi dada,
Eu me condenei a permanecer
Infinitamente calada-calando-me!!!"
Eliane Lacerda - no livro "Além das Palavras"
"Prisão Perpétua
fruto da terra...
revoltado descendente de utópicas quimeras
e ingênuas realizações...
o que faço
nem sempre é lógico e coerente...
visto que costumo realçar e dar sincera ênfase
às minhas emoções!...
... me sinto
um rico continente...
explorado e a espera de um consciente
redescobridor...
príncipe
nunca encantado!...
afogado de pacíficas fantasias...
e desde os mais inocentes tempos de criança
apaixonado e preso... eternamente preso
nas irresistíveis armadilhas
do próprio amor!..."
Silvio da Fonte - do livro "Eu e o Poeta"
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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