segunda-feira, 31 de agosto de 2020

 

Este tempo que é um tempo
outro,
feito de silêncios entre a manhã
e o canto da coruja.
Sobras, rascunhos, ruínas e
lascas de madeira,
tudo o que se pode ser
outra
coisa.
Queimando no fogão à lenha,
na moldura dessa janela.
na parte de cada linha.
Outrem
era uma canção
da fuga,
do soneto, em forma,
com as garrafas de leite,
esperando na porta de casa.
No banco de madeira
eu espero,
suspiro,
aqueço,
faço a história se acumular
na fumaça que sobe,
nas carnes defumando.
agosto de 2020
A vida me pede poesia.
O cheiro da horta
noutra
terra,
serra,
montanha.
Sombras, folhas,
visão.
Eu quero um campo,
uma casa
e tudo mais.
2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário