As mãos que tecem lindas palavras na internet e batem no rosto do oprimido.
As pernas que caminham pela saúde cedo e chutam o rosto do negro, no poente.
Os olhos dos pregam e distribuem milagres e roubam a alma dos humildes.
As línguas dos sábios que escarnecem da fala dos que possuem sabedoria popular.
A moradia dos que doam agasalhos no frio e cortam os dedos de crianças nas lavouras.
A sede dos que cercam nascentes e cobram a água de quem vive no cerrado.
Os sonhos dos presos em grilhões e chibatas, que escrevem o dia a dia nos seus equipamentos de última geração.
Cura ainda, Oxalá, a mente preconceituosa dos que fazem jejum, comungam
todo domingo, penitenciam o corpo, levam flores pro santo, ajoelham-se
nas brasas mas proíbem o amor de qualquer ser vivo, neste planeta.
regina vilarinhos - 2016
regina vilarinhos - 2016
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