sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O que jornalistas e médicos têm em comum?


Oscar Nora e eu no Primeiro Prêmio ACIAP-VR de Jornalismo Valéria Galvão

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes. A vida presente.”
Carlos Drummond de Andrade


Dizem que é chique ser jornalista. Dizem que jornalista é super-homem, boêmio, poeta idealista, um cara intelectual. Alguém aí se lembrou do Rastero?

Eu penso que ser jornalista é como ser médico: ouvir, cuidar, prescrever, testemunhar, radiografar, confirmar, negar, atender... Ele trata da vida.
O jornal é efêmero, não o jornalista!

É por formação, não por nascimento. Ou você acha que é todo dia que nasce um Oscar Nora? Não é uma vontade que dá e passa! Cresce de dentro pra fora. Sem pedir licença.

Quando você vê, já é jornalista. Pesquisa detalhes, chega lá na hora certinha da coisa. Helton Fraga sabe do que estou falando.

E transforma o transitório em vida. Revira baús, vasculha gavetas, desenha mapas, revela fotografias. Até jogador de futebol jornalista vira, pois tem que jogar nas onze.
Quando é jornal do interior então? Vende anúncio, tira foto, faz composição, revisa, corrige, responde email, usa pseudônimo, faz de tudo para a matéria estar na página ok. Lá vem a memória puxar outro nome: Ricardo Monstro!

Tem mais: jornalista é de centro, na melhor definição dada por Gandhi ao caminho do meio.
O bom ou ruim, o feio ou bonito, o novo ou velho, a oposição é do fato, não é dele. O leitor decide o que pensar, mas é o jornalista quem lhe dá todos os dados para esta decisão.
Então, vira um conto, uma novela, que se desvenda todos os dias aos olhos do leitor.
Podem virar crônicas nas mãos de Givana Damasceno. Roteiro e direção feitos pelo jornalista.

Premiar esse olhar é reconhecer o seu papel como agente da transformação e divulgador da verdadeira imagem de nossos dias.

Este texto eu apresentei na entrega do Primeiro Prêmio ACIAP-VR de jornalismo, no dia 23/09/2008, e pude fazer minha reverência à diversos nomes de nossa região que sempre me fizeram crer na profissão.




Abraços a todos que estiveram por lá.

Um comentário:

  1. Dizem que jornalista não gosta de festa chique, onde bebe-se vinho e come-se damasco. Só se for em VR. Porque em Brasília, por exemplo, jornalista só bebe whisky (é assim que se escreve??) hahahaha.

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