sábado, 16 de abril de 2011

Perplexidade

PERPLEXIDADE

O que dói descompassadamente,
o que ondula e te transpassa
por toda a existência da noite,
por toda a permanência do vento,
de teu desalento
ninguém te salva.

Perdida a tua simplicidade, de onde sorrirás?
Perdida a tua sensibilidade, onde permanecerás?

Nessa labareda infinita no peito
sofre, descompassada, a mente.
E perdeste a árvore crescendo
perdeste o sol nascendo.

Do nome completo de crianças,
Do nome completo de algozes
Do nome e da essência completa de
Mães. Das mães, a mão ao piano.

Anoitecerá,
amanhecerá,
entardecerá;
por do sol será...

Como o sol doura as casas dos réprobros!
Poderei odiá-los sem desfazer no sol?” Álvaro de Campos


regina vilarinhos

Um comentário:

  1. Estive aqui pra conferir. Gostei. E mais uma vez, vou ao varal, sob o luar, 'despendurar' as secas e recobri-lo novamente com as úmidas recém-saídas da máquina de lavar. É possível ser poética lavando roupas em pleno sábado à noite? À luz do luar, talvez.

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