ATÉ LOGO COMPANHEIROS
Brasil Lul Diogo
Passos largos
nas botinas operárias
levando fortes braços
para a dura produção
- na testa a confiança na luta –
lá vão eles,
lá vão eles para dentro da usina.
Qual é o turno,
qual é o turno,
qual é o turno?
Um é das oito,
outro das quatro,
e um ainda da zero
hora da manhã,
do amanhã que não veio mas que um dia virá.
Oito horas depois todos saem,
para a rua, para casa.
Ontem três entraram
mas não saíram.
Dobraram? Não. Tombaram.
Já vi sangue em cima dos trilhos
de aço que o obreiro forjou.
Já vi operário partido nos trilhos.
Mas agora, o que vejo?
Vejo operários morrendo
na forja do aço que é seu.
Amanhã, os das oito,
das quatro e da zero
hora de outro amanhã,
forjarão trilhos com sangue,
mais minério que vem de Minas
e o carvão que vem do sul,
com nova consciência de luta.
Já vi meus irmãos morrerem de fome,
por falta de emprego.
Mas agora, o que vejo?
Vejo patrícios morrerem no emprego,
das balas covardes
que o povo pagou.
Até já, companheiros!
Junto aos teus órfãos e viúvas
aqui ficaremos,
mas sem silêncio,
sem silêncio.
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