Caras como eles estão ficando raros...
Eles falam de coisas que não conhecemos ainda. Falam coisas que só eles conheceram. Falam de outras que começamos a conhecer agora. As histórias cheias de personagens e datas e que eles nunca esquecem. E nós não conseguimos nos lembrar de acontecimentos do mês passado, a não ser que busquemos no HD ou nos arquivos de dados dos jornais e revistas. Descrevem a roupa que suas mães usavam, a disposição dos objetos na cozinha da roça. Eles se lembram de rezas, missas, salmos, cantos, doss sermões do padre Bernardo, do casamento da moça mais bonita que dançava nos bailes do Aero e da inauguração do primeiro cinema da cidade.
Eles não precisam pintar os cabelos, nem estão preocupados se estão caindo. Eles vêem no espelho um homem íntegro, que se entregou à vida e ao destino, e fizeram parte de uma história que não está registrada em máquinas digitais. A fotografia de sua alma é captada nos olhos dos filhos, netos e bisnetos. Sem contra-regras, sem diretor de luz, sem cenógrafos, sem camareiras, eles entraram pelo palco da vida e representaram o melhor papel que Deus lhes deu: serem os nossos pais.
Quando entram em cena para falarem deles mesmos, transformam-se em artistas performáticos, roubando a atenção dos jovens ouvidos da platéia. Da simples tarde de depoimentos espontâneos, saímos todos de alma lavada. Viajamos em suas histórias e construímos uma outra cidade que não conhecíamos, caminhando por lugares carregados de significados exclusivos para cada um deles. Nada ficou esquecido: a Amélia que passava pelas ruas recolhendo os almoços para os primeiros operários da usina, a discriminação social sofrida pelos mais simples, as espessuras dos cilindros, a visita de Getúlio à cidade, a inauguração da primeira escola, a construção do viaduto, os rapazes que moravam nos hotéis da Rua 33, as casas de barro do Rústico.
Quantas horas de depoimentos já estão gravadas e quantas ainda estão por vir? A cada ano, este trabalho desenvolvido pelo professor Cleber Vicente, da FERP, colhe mais depoimentos e presenteia outro tanto de alunos numa tarde de sábado. Que estas imagens virem documentário e livro para se perpetuarem.
Porque só nas nossas mentes jovens, elas se perderão. E caras como eles estão ficando raros.
Eles falam de coisas que não conhecemos ainda. Falam coisas que só eles conheceram. Falam de outras que começamos a conhecer agora. As histórias cheias de personagens e datas e que eles nunca esquecem. E nós não conseguimos nos lembrar de acontecimentos do mês passado, a não ser que busquemos no HD ou nos arquivos de dados dos jornais e revistas. Descrevem a roupa que suas mães usavam, a disposição dos objetos na cozinha da roça. Eles se lembram de rezas, missas, salmos, cantos, doss sermões do padre Bernardo, do casamento da moça mais bonita que dançava nos bailes do Aero e da inauguração do primeiro cinema da cidade.
Eles não precisam pintar os cabelos, nem estão preocupados se estão caindo. Eles vêem no espelho um homem íntegro, que se entregou à vida e ao destino, e fizeram parte de uma história que não está registrada em máquinas digitais. A fotografia de sua alma é captada nos olhos dos filhos, netos e bisnetos. Sem contra-regras, sem diretor de luz, sem cenógrafos, sem camareiras, eles entraram pelo palco da vida e representaram o melhor papel que Deus lhes deu: serem os nossos pais.
Quando entram em cena para falarem deles mesmos, transformam-se em artistas performáticos, roubando a atenção dos jovens ouvidos da platéia. Da simples tarde de depoimentos espontâneos, saímos todos de alma lavada. Viajamos em suas histórias e construímos uma outra cidade que não conhecíamos, caminhando por lugares carregados de significados exclusivos para cada um deles. Nada ficou esquecido: a Amélia que passava pelas ruas recolhendo os almoços para os primeiros operários da usina, a discriminação social sofrida pelos mais simples, as espessuras dos cilindros, a visita de Getúlio à cidade, a inauguração da primeira escola, a construção do viaduto, os rapazes que moravam nos hotéis da Rua 33, as casas de barro do Rústico.
Quantas horas de depoimentos já estão gravadas e quantas ainda estão por vir? A cada ano, este trabalho desenvolvido pelo professor Cleber Vicente, da FERP, colhe mais depoimentos e presenteia outro tanto de alunos numa tarde de sábado. Que estas imagens virem documentário e livro para se perpetuarem.
Porque só nas nossas mentes jovens, elas se perderão. E caras como eles estão ficando raros.
título de uma música dos Titãs.
é verdade, isso está ficando raro mesmo. será que quando essa geração 2000 envelhecer terão coisas assim para recordar? ou apenas terão um chip contendo toda uma vida de emoções e memórias esquecidas?
ResponderExcluirbjs!