Ferve o cinza, jorra cidade!
Meninos e meninas debaixo do papelão,
que faz a noite estrelada no chão.
Ferve, grita!
Cidade amarela, do inferno de Dante,
no caminho das forjas.
Ferve!
Peleja o homem, sopra a chaminé,
desconhece cada um dos seus habitantes.
Babilônia, Sodoma, Iroshima...
Volta do rio que envolve seus poetas,
artistas, lunáticos.
Ferve cinza!
Geme cidade!
De noite os homens se juntam
sob a mesma fumaça, sob o mesmo pó.
Dormem homens.
Amanhecem aço.
Ferve cidade!
Grita aço!
Muito bom!É essa nossa cidade, nosso campo de batalha, nossa arena. É aqui que lutamos pela vida e, sobretudo, por nossa arte! Que venha 2012 com tudo que fazemos e queremos de melhor! PAZ E BEM!
ResponderExcluirANJO NEGRO
ResponderExcluirComo um relâmpago
Ela entrou em minha vida,
Tão inesperadamente como saiu.
Não me deixou rastros
E nem carta de despedida,
Meu anjo negro retornou às estrelas.
Suas asas cobriram-me,
Seus lábios devolveram-me a vida.
Retirando-me o gosto amargo de viver,
Meu anjo protegeu-me
Pousando em meu coração.
Meu anjo negro retornou às estrelas
Deixando-me órfão
Para abraçar o meu/seu vazio.
Agora sou um prisioneiro sem cela
Que, ao ser despertado pela luz da manhã,
Busca refúgio ao final do dia
À espera do retorno
Que a noite nega-se a permitir.
*Agamenon Troyan é autor do livro O ANJO E A TEMPESTADE