Praticamente todos os dias ele esperava na porta do prédio. Quatro horas, passava na banca e pedia o "Extra". O Léo já deixava guardado pra ele. Atravessava a rua, parava do outro lado pra vigiar.
Só queria ver os dois saindo, mochila nas costas. O fone no ouvido deixava Manú distraída, o skate e o boné a faziam ficar cada vez mais parecida com Lucas. Ele puxava o boné de volta e a revelava, com seus cabelões castanhos.
Ele nem queria chegar perto. Tá certo que Belém é longe, sair do Galeão pra pegar a Linha Vermelha é um saco, subir a Serra pior ainda. Mas esperar 6 anos para tomar uma atitude é muito. Depois de ver os olhos negros de Manú nas fotos, é que tomou coragem de vir. Queria saber como era sua voz, como o Lucas batia a porta do carro, como era acordar e pegá-lo roubando a geladeira.
Sem chance. Enquanto durassem suas férias era só isso que iria fazer. E sentia-se feliz de vê-los assim.
regina vilarinhos
quando eu crescer quero escrever assim
ResponderExcluirSó você mesma para me encabular. Abraço
ResponderExcluir