quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Sobre apego e prisão

Meu território é minha casa. Não aquela construída em cimento, telhado, janelas, cozinha e onde posso abrigar meus afetos.
É a casa que mora dentro de mim, que abriga meus sonhos, meus sabores, que eu levo para qualquer lugar. Nova ou velha, sempre mirando o horizonte.
Abro meus braços para este território se demarcar com outros braços! Fecho as janelas quando vem a tempestade e posso abri-las também para que o vento desmanche o cabelo e desembarace os nós!
Só põe o pé nesta casa e penetra este território os que se colocam em sintonia.
E são livres. Não existe prisão na minha morada!
Será que não dá certo?


2016

terça-feira, 21 de novembro de 2017

A madrugada teve um silêncio absurdo hoje.
Talvez na esquina tivesse um gato, ou um despacho.
Talvez no hospital, o ruído sombrio do oxigênio.
Sei que no prédio ao lado, o elevador cumpria seu destino.
Aqui, tudo quieto.
Nem cães, nem grilos.
Um estrondoso vulcão, porém, expeliu suas lavas.
A alma queimava,
como o mato seco
de inverno,
no meio do Pantanal.
Um desses dias.
Muitas dessas madrugadas.
regina vilarinhos - 2017

sábado, 18 de novembro de 2017

ESPERA

A única coisa que tenho é a espera.

Por uma notícia estrondosamente boa.
Por um dia estupidamente lindo.
Pelo vento amorosamente refrescante.
Pela flor maravilhosamente colorida.
Pelo caminho tranquilamente firme.
Pelas músicas virtuosamente cantadas.
Por um beijo escandalosamente molhado.
Pelo abraço infinitamente caloroso.
Pelo encontro unicamente libertador.
Pela alma, mansamente, livre.
Pelo amor encantadoramente acolhedor.

A única coisa que tenho é a espera,
o único bem que tenho é a minha paz.

regina vilarinhos - 2016

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

"Estava lá, junto da janela, olhando a vida.
O mundo que conseguiria ver pelo resto de sua vida.
A vida que passaria a viver do lado de cá era a sala, o quarto, uma cozinha empoeirada e um cachorro a latir todas as tardes, pedindo comida.
Uns poucos livros, umas poucas roupas e a xícara de chá. Nada nem ninguém além.
Ainda tinha o telefone e podia pagar a conta. 
Nunca lhe faltariam remédios, comida e garotos de programa. Alguns pesadelos seriam esquecidos."
O personagem vive.

PÉ DE LIVRO

Tem num quintal mágico,
plantado e regado de poesia.
Crianças e erês por ali passam, dia e noite,
noite e dia.
Na roda de prosa boa,
livros-frutos pendurados
são amorosamente
degustados. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A vida que cobre o asfalto
transbordando pelo becos
os sonhos que não envelhecem.
Dos rios de junho a janeiros,
das fileiras iluminadas 
dos fachos de luzes
brotando dos olhos, dos sorrisos.
Vai vida!
Tropicaliamente fazendo dessa
história tua
a história minha e
de todos! 

Amém
para a luta!
Berçário. 
Onde os versos sonham, depois de nascerem.
Poema. 
Onde os versos crescem, depois que me alimentam.

Parque das Ruínas

Quero abrir minhas ruínas.
Deixar o tempo de cada uma dizer o que foi ali, como eu usei aquilo.
Fazer o caminho de cada uma, expondo seu (des)valor.
Traçar a linha de tempo, o perfil, suas configurações.
À elas, render homenagens. 

Arrastar as correntes de todo o passado que possuem.
Depois de tudo isso,
escurecer o dia em que resolvi
destruí-las.
Preciso urgente de um arquiteto,
que projete um abrigo preciso para amor verdadeiro.
Preciso de um engenheiro,
que calcule o tempo preciso para viver esse amor.
Preciso de um professor,
que aprove o ser preciso para recebê-lo.
Preciso de uma tarde...
que abrigue, viva e aprove o meu amor
até a lua nascer.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Sorrisos encantados
pequeninos, acanhados,
deixados na caixa de correios,
vieram de longe,
cabem em qualquer coração,
aguardam adoção.
Bocas e lábios interessados
favor deixar contato
para posterior
avaliação.
regina vilarinhos - 2014

domingo, 3 de setembro de 2017

Lá íamos nós, domingo de noite. Dentro, o banco parecia já reservado. De joelhos, cada um com a cabeça mais baixa que o outro. Para falar a verdade, somente uma das meninas rezava de verdade.
Levantar-se no dia seguinte, esperar o chuveiro esquentar... valia esticar o domingo mais que tudo antes da segunda. Ir à missa fazia parte do dia longo.

Fotografias de novo, sol nos olhos de novo, férias de novo. Jornal fora do lugar, quem foi? Hora comprida essa da manhã, a esperar os bois no curral, colocar sela nos cavalos. Quatro crianças quebravam os coquinhos. Sua vez, de novo, de tomar conta deles. Vai.
Era hora  da prosa de fogão, os mata-fomes bem quentinhos, doce no tacho. Os ruídos dos morcegos no forro logo depois do almoço e ficávamos todos bem na cama.

Parte II de mais uma coisa que te lembre teu livro de memórias
Ouça: na cena seguinte existe nós de novo. A trilha sonora é aquela mesma que fiz há tantos anos atrás. A foto foi colada no álbum de família, e permanece rosada, permanece guardiã. Dizem que nunca mais nos reunimos, mas é mentira. Todos os domingos estávamos lá, com macarrão e frango assado, refrigerante gelado e a sobremesa de pudim, tal como fantoches preparados pelo tempo.
Suavemente, a mãe ia nos servindo, e tudo ficava bem.
Valemos o monte de figurinhas do álbum que foi lançado no fogo.
Aperte o botão certo e tua TV ficará colorida de novo.
Sua persiana verde, sua janela de vidro, suas horas no berço dormindo
e sua alergia de abelhas não causam mais náuseas.
Respire, afunde, deite, durma, acorde, estude, coma...

Parte I de qualquer coisa que te lembre teu livro de memórias.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Memórias

As meias brancas, que escondiam pernas, revelam a menina de sorriso escondido, de amor sentido, feito de blusa branca e azul. Quem dormia ontem poetisa e falante ao microfone, acordou, agorinha a pouco, com a timidez de volta na garganta e no peito. Não é mais medo de se abrir e saber-se capaz de ir além das notas dez e tal. É mais que a intelectual, é mais que do que a puxa-saco. Memória de colégio é como a terapia, trazendo à tona os calados segredos, divididos com poucas outras meninas como ela.
Felicidade é um dia de cada vez, gente. Não pode vir tudo de sopetão, depois que se tem mais de 45. Tem que conversar com o geriatra primeiro, tem que ter uma engenharia, contornar com o sorriso preparado pelo dentista, segurar na mão da fisioterapeuta pra não desequilibrar....
Quem é esse que varreu a poeira de meus miolos e me faz espirrar saudades num teclado? Tempo? Ele não manda em mim.
Já disse uma vez e repito: ser feliz é ler o coração, antes que a vida vá embora! Que venham mais fotos. Vou sobreviver!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

CANTO PARA ROSA

A mãe abriu sua morada 
para a menina ficar.
Um berço de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Nas conchas ouve a cantiga
Nas ondas é seu ninar.
Um cheiro de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Os peixes são os amigos
que vão com a menina brincar.
Uma roda de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Rei Netuno deu um presente
para a menina passear.
Carruagem de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Da areia partem os barcos
que vão a menina visitar.
Uma rede de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!
Ibeijada fez uma festa
lá no fundo do mar.
Um bolo de rosas fez sua mãe,
Com as bênçãos de Yemanjá!

terça-feira, 25 de julho de 2017

AMÉM

Amém!
Guarda.
Na palma da mão, no canto do olho,
na boca do estômago.
Guarda.
Como cheiro de relva no sereno,
como cores de girassóis,
como zumbido de abelhas
no manjericão.
Guarda.
Em ti,
por conta das memórias
minhas.
Por uma eternidade
de sonho e conto de fadas.
Guarda.
No amarelo luz
da vela
que te guarda.
Guarda, cuida, acalenta.
Como beijo bom.
Com brilho de lua
e caminho de roça.
Guarda.
Como vento de bicicleta,
como água de chuva,
como luz da manhã.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Foto colorida 
na cabeceira de sonhos. Cheirinho de margaridas
nos caminhos 
deixamos.
Em algum lugar nesta noite tem o frio de lágrimas num rosto.
Tem uma ponte caindo aos pedaços 
que não te deixa mais atravessar o mundo.
Tem a vez do leão, tem.
Na noite de hoje, faltarão lenços, lençóis e flores.
Mas o relógio despertará, depois da noite de hoje.

DESENCANTO

Desarrumar as gavetas dentro do peito
e juntar os meus doces laços,
com o resto de mundo que me resta.
Deixar partir o amor é fazer de mim um porto de chegada.
Deixar partir um sonho é poder ser vontade de outros.
regina vilarinhos - 2012
Teu olho que me olha
pelo canto de meu olho
lança um brilho
de encanto
do canto
que não me lembro
de quando cantou
pela última vez.

Equilibrando

Eu tento me equilibrar entre o campo e a metrópole Volta Redonda. Aqui temos a vida que temos porque aqui ficamos. Estamos tão perto de tantos lugares mágicos para fugir, se distrair, se misturar com o mar (Angra etc) e a natureza (Penedo, Mauá, sul de Minas). Tristezas existem na alma, não nos lugares. Desapego, é esse meu lema geográfico. A cidade de Volta Redonda é poluída, é corrida, é cheia de altos e baixos. Mas é aqui que tenho os melhores amigos e amigas, foi aqui que outros tantos me fizeram e partiram,deixando saudades imensas. Mas se você der as costas para a chaminé, verá outra cidade, que tem lugares a serem descortinados da fumaça e repletos de outras lembranças para dar. Experimente, explore.
regina vilarinhos - 2012

Todo dia eu quero

Café com leite. 
Deixei na caneca colorida.
A chave do portão ficou no seu bolso. Coloca ração para o peixe e a roupa na corda.
Volto.
Me espera com a boca de hortelã.

ECLIPSE

Da luz que veio em cheio
ausência da lua minha,
camada afável
prata nos olhos
teus.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Taboa

Devagarinho, no caminho para Angra e Muriqui. A Rural cheia de família, de boias, bolas.
Banho de rio, cheiro de mato, carro sujo.
- Menino, volta pra cá!
- Vou pegar taboa, mãe!
Fui lá. Na estradinha da memória, agora mesmo.
Voltei com o cheiro da maresia e com areia nos cabelos.
Exercícios de felicidade
Identificar
este mundo
depois do arco-íris
e antes da 
próxima tempestade.
Eu tento.
Com fome, mas não é no estômago. É na alma. Meu alimento: liberdade.

Perdão

Porque o mundo em que eu estava
há alguns anos atrás
me fazia pensar que esperar era a melhor estratégia.
Porque os lábios que beijaram,
tempos atrás,
a boca que me beijava
queriam congelar teu sabor.
Porque os momentos não voltam.
Porque o café forte sempre
esteve na xícara.
Porque os poemas eram outros
porque a poesia dava apenas
bom dia.
Porque a casa não te abrigava.
Porque a tolice de alguns anos atrás
deixou a paixão na hora errada.
Porque agora o abraço faz
falta, faz volta.
Porque o tempo, agora,
falta e não volta.
Porque a ausência não
solta as tuas asas.
Porque Marte te manda
pra mim.
Porque Leão
sabe onde Aquário
se ajeita, se deita,
e se torna amor.
Existe um lugar onde a alma já visitou, uma janela para uma luz diferente dessa que ficou.
Uma saudade do que sonhei e ainda não está aqui. De noite ou de dia, esses espaços vão sendo preenchidos com pequenas alegrias. Talvez, lá na frente, um sorriso novo possa fazer parte da imagem que está no espelho, tortamente refletida.
Tirar do sonho e trazer para a vida essa imagem, é a missão.

Outono

Sempre gostei do outono. Sou de Aquário, nasci em pleno verão de Porto Alegre, mas sou do outono.
Minhas viagens à passeio são escolhidas para lugares de campo, serra. Quase nunca vou às praias. Gosto de mar, mas a montanha e as cachoeiras são a minha paixão.
Eu sinto gosto de outono no meu café de todo dia. As lembranças da adolescência e juventude são da casa cheia no outono. Até mesmo para escrever, me sinto mais inspirada depois do verão. Não é amargura, nem melancolia. É um prazer pelos cheiros, ventos e sorrisos que ficam diferentes nesta estação.
"As manhãs de outono me fazem lembrar de um tempo que minha mãe sentava ao sol, no quintal, catando feijão ou arroz, e eu ficava ao seu redor, para aproveitar o calor dos dois. Às vezes, fazia tricô ou crochê." Isto escrevi em outra crônica, há anos atrás.
E porque foi tão quente último verão, porque tivemos tantos fatos pavorosos e bárbaros nos alimentando o estresse diário, porque somos tão pequenos diante de tantas injustiças, é que desejo para nós uma estação doce, fresca, lutando juntos pela vida que merece respeito em todas as circunstâncias.
Não deixar de ver a realidade, mas conspirar a favor da mudança dela. Não reclame das folhas caindo no quintal e nas ruas. Sinta o perfume que exalam ao serem juntadas para secar.
Porque elas nos deixam entender o que ficou para trás.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Espelho


Perdi muito tempo andando em círculos e me desfazendo em pedaços de outros.
Faz tempo que a minha verdade explode em meu espelho
e embaça minha visão.
Depois de despertar na madrugada com os latidos de minha rua,
descubro-me explodindo também em gritos e arroubos de raiva,
Sendo outra. Sendo uma, igual a tantos outros.
Quase manhã, no cheiro da chuva miúda, lembro-me de outra.
Aquela que foi feminina, que explodia de desejos, explodia de ambições.
Sem saída, sem novidades, olhei todos os dias este espelho, sem ao menos me pentear direito.
Vieram os barrancos e sobre mim desabaram, sem me deixar carregar uma folha qualquer.
Sim, tive medos.
Outro dia, tinha um homem no portão a pedir água. Um copo.
Uma água, que eu nem sei se continua a pingar da torneira.
Esse mesmo moço retornou. Queria limpar o jardim.
- Ah, meu jardim está sujo! Limpe! Limpe!
Quero vê-lo todas as manhãs e tardes, e todas as flores
estarão no espelho da varanda.
Não farei coro com a velha ladainha escrita nas liturgias
que rondam minha biografia.
Eu, que preparo poucas coisas boas, além de um bom café.
Sem assombramentos, deixo o espelho lá, onde precisa estar.
Com fé, pode ser que alguma alma ainda possa ser gêmea.
regina vilarinhos- 2017

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Abrir o peito como se rompe a rocha,
brilhar nos olhos a cor da vida
deslizar na correnteza de amor
renovando a esperança de
acreditar!
Saudade é o tempo dizendo que ainda não passou.
Saudade é lábio molhado, com cheiro de beijo. É travesseiro amassado, chinelo trocado, camisa jogada. Saudade é xícara deixada no canto do quarto, amarelada e manchada...
Saudade é água gelada batendo na tendinite (dói!).
Saudade tem sonho interrompido, bolo embolorado na mesa, o vento entrando na casa,vazia.Tem a foto amarelada, o arquivo no pendrive, a setlist rodando na USB, em volume alto.
Saudade é download quebrado, é link com erro, é conexão discada caindo e caindo...
Saudade é um rio que nasce dentro do peito e deságua nos olhos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

checkin

No canto da boca,
batom e café borrados.
Nas folhas, a chuva e mais uma noite,
gotejam sobre o tempo.
Um sabiá.
Um gato.

O boleto embaixo do livro,
embaixo da xícara,
embaixo da cama,
embaixo de nós.
Ensaios, selfies,
Check-in da boa transa.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O ponto


Quero aprender a fazer panquecas. Sério. O caminho para chegar até elas, por dentro da mistura da farinha e dos ovos, é um mistério.
O tal do ponto da massa.
Na massa de bolinhos de chuva também tem ele.
E na bala de coco? Vixe, esse aí é o ponto mais misterioso da cozinha, tal como o creme brulê...
No crochê eu já desisti. Ou fica apertado ou fica frouxo.
O tal do ponto.
Fazer malhas com as mãos é trabalho de habilidade e muita paciência.
Tentei fazer um pano com ponto cruz, dizem ser facinho. É?!
O tal do ponto.
Ele está sempre ali a te dizer: "Está errado!"
Certa vez, fui dar aulas, trabalhar leitura com adolescentes. 9 turmas, quase 300 alunos. Ensinei demais, lemos demais, pesquisamos demais.
Passei do ponto.
Ainda aqui. Amadurecendo. Aprendendo. Rejuvenescendo. Sentindo.
De amor e afetos, chegando a algum ponto.
De errar e acertar, a que ponto cheguei?
O caminho nas letras é que
deu ponto. (parece!)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Vou deixar

Vou deixar
Os seus silêncios e seus gritos com você mesmo
deixar a rotina dos incêndios
o murmurar sem nexo
e o embaraço de suas trilhas
levarem os que não têm mais nada.
Abandonarei o dia e a noite que são como a vida nórdica ao seu lado.
Ou fogo ou inferno ou manto não estão mais em sua busca.
Como a mó batendo incansavelmente
serão os dias. Mas a água corrente não existe mais.
Uma tenda no deserto.
Uma poesia de cego e surdo de volta ao normal.
É volta no tempo.
As gentes sentem saudades de cada coisa boba.
Mas temem o amor, coisa tão boa!
Nos dois, só se vive em boas companhias.
Porque saudade só se tem do que é bom e amor é trem de fazer a vida ser mansa.
Boi, ave, cão,
de nada vale a relva
sem um dia de
solidão.
Nem tudo que enche, sacia; nem tudo que molha, água; nem tudo que pode, deve.
Houve um passado em que imaginei que alguém iria seguir comigo por onde eu fosse, que alguém por mim, "ia deixar tudo para trás" e me fazer a pessoa mais feliz do mundo.
A vida seguiu. Eu aprendi.
E quem foi capaz de fazer, de deixar para trás um tudo e seguir comigo, fui eu mesma. Nem sei se sou a pessoa mais feliz do mundo. Só sei que todos os dias eu estou mais feliz. E posso levar comigo não apenas uma, mas quantas pessoas quiserem vir. Vixe, é um tanto assim de pretensão minha, pode ser.
Quem arrisca sempre sou eu, e quem tem meu juízo sou eu.
É bom! Muito bom!