A minha cidade tem um nome que veio do rio e a gente não pode nem nadar nele. Ela tem vila com nome de santo e bairros com nomes de frutas, mas não tem mais tradição religiosa e nem de dia de colheita. Minha cidade já foi inundada de poetas e artistas, nos bares e ruas, nas galerias e salões. Hoje, vive uma angústia aflita, a rua vazia de palhaços, o verso escondido em corações. A cidade dos meus dias, tem um jeito diferente, não é de mar nem de montanha. É uma cidade do interior, da volta no tempo. Que em meu caminhar faz um encontro diferente todos os dias, entre o sol, o concreto e a árvore da vida.